Cadê o Fusquinha da Posse, Prefeita Emília?



A prefeita Emília, que tanto tem economizado na contratação de serviços essenciais para a população , cortando verbas da saúde, atrasando melhorias na educação e prometendo resolver o básico com “boa vontade e criatividade” , agora resolveu abrir os cofres públicos para investir mais de 300 mil reais em um carro blindado.

A gestão da prefeita tem sido uma sequência de tentativas frustradas de criar aparições instagramáveis, com falas motivacionais copiadas de influencers de autoajuda e promessas feitas sob filtros vintage. A prefeita que um dia chegou de fusquinha, com ares de humildade teatral, agora circula de vidro escuro e aço reforçado pelas mesmas ruas esburacadas onde o povo anda espremido em ônibus lotados, sem ar-condicionado e com horários imprevisíveis.

A justificativa para a blindagem do veículo? Alegações vagas de riscos à sua segurança. Fala-se de “informações de inteligência”, mas até agora nenhuma denúncia formal foi apresentada aos órgãos de segurança , nem Polícia Civil, nem Militar, nem Federal. Nenhum boletim de ocorrência. Nenhuma investigação pública. Nada.

Sim, é verdade que a violência política de gênero vem crescendo no país  , e isso é grave. Deputadas ameaçadas em São Paulo, como as 25 de diferentes partidos. Em Sergipe, temos a corajosa Linda Brasil, deputada do PSOL, que já foi ameaçada e tem buscado respaldo nas autoridades competentes. O problema é que, diferente dessas mulheres, a prefeita Emília não apresentou à população qualquer evidência de ameaça ou perseguição que justificasse um gasto dessa magnitude. A transparência, que deveria ser marca de sua gestão, virou só mais um post de carrossel bonito, mas vazio.

Enquanto isso, a população continua enfrentando falta de medicamentos nos postos, falta de professores em escolas públicas, filas quilométricas em exames simples, alunos sem transporte escolar na zona rural... Mas a prefeita vai de blindado.

Blindada contra o quê, prefeita? Contra o povo? Contra as críticas legítimas? Contra a realidade?

Em tempos onde a aparência vale mais que a coerência, algumas pessoas se fantasiam de luz, de salvadoras progressistas, de “pop de elite”. Mas a verdade é que são marionetes do sistema, que dizem romper com ele, mas que na prática estão agarradas às engrenagens que sempre esmagaram os de baixo.

Fingem ser parte do todo, mas conspiram nos bastidores sobre coisas irrelevantes. Distraem, postam, encenam. Enquanto isso, a cidade segue parada, sufocada, cansada.

Essa é a minha história. E eu não vim aqui pra escrever um roteiro repetido.

Cadê o fusquinha, Emília? Porque de transparência, ele tinha mais que o seu vidro blindado.

Trago Fatos , Marília Ms.

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