O Crescimento do Nazismo no Black Metal: A Resistência ao NSBM no Brasil e a Luta Contra o Extremismo
Nos últimos anos, a presença de bandas que fazem apologia ao nazismo dentro da cena do Black Metal brasileiro tem chamado atenção. O caso mais recente foi exposto em uma reportagem do Fantástico, que revelou que no Nordeste existiam duas bandas com referências nazistas, sendo uma delas de Moita Bonita, município sergipano com cerca de 11 mil habitantes. A descoberta gerou revolta e trouxe à tona uma realidade preocupante: o crescimento do National Socialist Black Metal (NSBM) no país e sua conexão com redes de extremismo global.
O NSBM (National Socialist Black Metal) é um subgênero do Black Metal que promove ideologias supremacistas brancas, neonazistas e neofascistas. Embora o Black Metal em si seja um gênero musical ligado a temas sombrios, mitológicos e anticristãos, o NSBM se apropria dessas temáticas para disseminar ódio e violência. Bandas como Burzum e outros grupos europeus foram pioneiras nesse movimento, que rapidamente se espalhou para outras partes do mundo, incluindo o Brasil.
Em dezembro de 2023, um grande distribuidor de discos desse tipo de música foi preso no Paraná, onde foram apreendidos vários vinis de bandas que exaltam o nazismo. Esse episódio reforça que o problema não é isolado e que há um mercado crescente para essa ideologia dentro do underground brasileiro.
A revelação de que Moita Bonita, um pequeno município sergipano, abriga uma banda de NSBM mostra como esse movimento não se restringe a grandes centros urbanos. Esse fenômeno já foi visto em outras partes do Nordeste, assim como no restante do Brasil. O problema não está apenas na existência dessas bandas, mas no público que consome esse tipo de conteúdo e na impunidade que permite que tais grupos continuem ativos.
Além disso, há relatos de outras manifestações neonazistas em Sergipe, como o caso ocorrido no bairro Jabotiana, em Aracaju, onde um indivíduo foi preso por apologia ao nazismo e já havia feito pichações na região. Esses eventos demonstram que há núcleos neonazistas se organizando no estado, muitas vezes de forma discreta, mas com um potencial de crescimento perigoso.
Embora a Constituição Federal proíba a apologia ao nazismo no Brasil, a atuação contra esses grupos ainda é lenta. A justiça precisa agir com mais rigor para investigar e punir os responsáveis por propagar esse tipo de conteúdo. Além disso, é fundamental que movimentos antifascistas, organizações civis e a própria população estejam atentas a qualquer indício de atividades neonazistas na região.
As redes sociais, por exemplo, têm sido uma ferramenta de recrutamento para grupos extremistas, tornando o combate ainda mais difícil. É preciso que haja monitoramento e denúncia constante de páginas, perfis e comunidades que disseminam ideologias de ódio.
O Nordeste sempre foi uma região de resistência, marcada por lutas sociais, culturais e políticas. A tentativa de infiltração do nazismo na cultura local é um ataque direto à identidade nordestina, que historicamente se ergueu sobre a diversidade e a luta contra opressores. A sociedade sergipana e nordestina precisa se mobilizar para impedir que essa praga se espalhe.
A ascensão do NSBM no Brasil, especialmente no Nordeste, deve ser tratada com seriedade e urgência. A impunidade e o descaso só fortalecem esses grupos, que se organizam em pequenos nichos, mas com alcance global. A denúncia e a mobilização são essenciais para frear essa onda de extremismo. Não podemos permitir que o ódio se disfarce de música e encontre espaço para crescer em nossa terra.
Trago fatos , Marília Ms
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