Sergipe é o país do Forró ou do Arrocha ?
Sergipe, terra de calor, praias douradas e um pulsante cenário musical. Mas o que define essa terra: país do forró ou do arrocha? Essa questão ecoa nas esquinas de Aracaju, onde o arrocha parece ter encontrado um lar confortável, enquanto o forró, tão enraizado na cultura nordestina, parece enfrentar desafios.
É inegável que Aracaju está repleta de bandas de arrocha. Em bares, festas e eventos locais, os ritmos sensuais e românticos do arrocha ressoam alto. Mas por que essa preferência tão evidente pelo arrocha em detrimento do forró, que por décadas foi a trilha sonora dos corações nordestinos?
A resposta não é simples. O surgimento e popularização do arrocha podem ser vistos como uma evolução natural da música nordestina, adaptando-se aos gostos e às demandas de um público em constante mudança. O arrocha tem uma pegada mais romântica e melódica, que se conecta diretamente com as emoções individuais, enquanto o forró, embora também emocional, pode ser visto por alguns como mais tradicional e menos comercialmente viável nos tempos modernos.
Mas e Rogério, o grande nome do forró que cativou gerações com sua voz inconfundível e suas letras apaixonadas? Certamente ele deixou um legado que transcende o tempo, mas é difícil dizer se ele aprovaria a predominância atual do arrocha. Talvez ele lamentasse a diminuição do forró tradicional nas paradas de sucesso, substituído por um estilo mais moderno e comercialmente apelativo.
O papel da mídia local não pode ser ignorado. A promoção incessante do arrocha através de rádios, shows e mídias sociais certamente influencia as preferências do público. As rádios tocam arrocha incessantemente, os artistas de arrocha dominam os palcos locais e os eventos são frequentemente marcados por esse ritmo envolvente. A exposição constante cria um ciclo onde o arrocha se torna a escolha óbvia para muitos, mesmo que outras formas de música também mereçam destaque.
E o público? Será que ele realmente prefere arrocha ao forró, ou está simplesmente seguindo a correnteza da tendência local? É uma questão de gosto pessoal versus influência externa, de tradição versus modernidade. A resposta provavelmente varia de pessoa para pessoa, mas é claro que o arrocha encontrou um espaço confortável no coração dos sergipanos contemporâneos.
Em meio a essa reflexão, uma coisa é certa: a música é um reflexo da sociedade que a consome. O que importa, no final das contas, é que Sergipe continua sendo um celeiro vibrante de talento musical, onde o arrocha e o forró, cada um à sua maneira, contribuem para a riqueza cultural e artística dessa terra ensolarada.
Trago fatos , Marília Ms
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