A Privatização da DESO e o Futuro Incerto de 300 Trabalhadores
A privatização que prometia modernização e eficiência na Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) começa a expor suas consequências sombrias. Após a concessão da empresa à iniciativa privada, o governo de Sergipe, sob o comando de Fábio Mitidieri, anunciou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que ameaça o futuro de 300 trabalhadores e trabalhadoras da companhia. Essa medida, apresentada como uma alternativa para evitar demissões compulsórias, tem gerado forte reação por parte dos funcionários e sindicatos, que alertam para a precarização dos empregos e o risco de desmantelamento de direitos adquiridos ao longo de décadas.
Desde o início das discussões sobre a concessão, havia questionamentos sobre a manutenção dos postos de trabalho. Porém, as autoridades governamentais evitavam dar respostas claras, afirmando que a privatização traria melhorias na gestão e na qualidade dos serviços sem comprometer o emprego. Agora, com o PDV em pauta, a realidade mostra que a promessa de progresso veio acompanhada de sacrifícios para a força de trabalho da DESO.
O processo segue uma lógica já aplicada por Paulo Guedes durante o governo Bolsonaro, em que privatizações e "reestruturações" nas estatais resultaram em cortes de postos de trabalho, aumento da precarização e insegurança para os trabalhadores. A concessão da DESO segue o mesmo caminho, evidenciando que o lucro privado está sendo priorizado em detrimento dos direitos e do bem-estar de centenas de famílias.
Os funcionários da DESO, muitos dos quais são altamente qualificados e com anos de experiência, agora enfrentam um futuro incerto. Sem garantias de realocação, os trabalhadores temem cair na informalidade ou aceitar subempregos, com condições menos favoráveis do que as que tinham na estatal. Além disso, especialistas alertam que a precarização pode também impactar a qualidade dos serviços de saneamento oferecidos à população sergipana, já que a redução de mão de obra pode sobrecarregar os trabalhadores restantes e comprometer a eficiência da operação.
Diante dessa situação, as perguntas que ficam são: qual será o real impacto dessa privatização no longo prazo? A modernização prometida justifica o corte de centenas de empregos? E o mais importante, quem realmente se beneficiará com essa "reestruturação" da DESO? A resposta, ao que tudo indica, não parece estar ao lado dos trabalhadores.
Trago fatos , Marília Ms
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