A Ilusão da Igualdade de Gênero no Mercado de Trabalho: Competência ou Seletiva de Gênero?



A sociedade atual, em sua incessante busca por equidade, ainda se depara com as sombras do preconceito e da discriminação. Quantas de nós, mulheres, trabalhamos em empresas que verdadeiramente nos escolheram pela nossa competência e não pela seletiva de gênero? Esta questão, simples em sua formulação, revela uma complexidade profunda e inquietante.

Em muitos setores, a igualdade de gênero parece ser uma meta distante. No mundo do design, por exemplo, embora tenhamos conquistado espaços significativos, ainda somos muitas vezes avaliadas por estereótipos e preconceitos. A criatividade, a inovação e a sensibilidade estética, frequentemente associadas ao trabalho de design, deveriam transcender as barreiras de gênero. No entanto, a representatividade feminina ainda enfrenta desafios constantes. Mulheres talentosas e competentes lutam para serem reconhecidas em um ambiente onde a predominância masculina dita regras e padrões.

No ramo da tecnologia, a situação é ainda mais alarmante. A representatividade de mulheres é uma luta diária contra uma cultura profundamente enraizada no machismo e na exclusão. Nas faculdades de computação, a maioria esmagadora é masculina, criando um ambiente hostil e desestimulante para as mulheres. A imagem do programador como um homem é uma construção social que precisa ser desconstruída urgentemente.

As estatísticas são claras: a presença feminina em cursos de ciência da computação, engenharia de software e áreas afins é mínima. E, para aquelas que persistem e se formam, o mercado de trabalho apresenta desafios ainda maiores. A discriminação velada, os preconceitos enraizados e a falta de políticas efetivas de inclusão tornam a jornada profissional das mulheres na tecnologia um verdadeiro campo minado.

Então, quantas de nós foram realmente escolhidas pela nossa competência? Quantas vezes nossa dedicação, inteligência e habilidade foram obscurecidas por um preconceito silencioso que valoriza mais o gênero do que a competência? As respostas a estas perguntas são dolorosas, mas necessárias. Precisamos olhar para dentro das organizações e questionar suas práticas, promover diálogos francos e buscar soluções efetivas.

A verdadeira mudança começa quando reconhecemos que o problema existe e estamos dispostos a enfrentá-lo. Empresas precisam adotar políticas de contratação que valorizem a competência acima de tudo, criar ambientes inclusivos e proporcionar oportunidades iguais para todos, independentemente do gênero. Precisamos de mais mulheres em cargos de liderança, mais exemplos de sucesso feminino que inspirem as futuras gerações a seguirem suas paixões, seja no design, na tecnologia ou em qualquer outro campo.

A luta pela representatividade feminina é uma batalha contínua que exige coragem, persistência e solidariedade. Precisamos apoiar umas às outras, celebrar nossas conquistas e, principalmente, continuar exigindo um mundo mais justo e igualitário. Afinal, a verdadeira competência não tem gênero, e só quando reconhecermos isso, teremos alcançado uma verdadeira evolução.
Trago fatos , Marília Ms

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